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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Editorial


Certo e errado
O certo é o certo, e o errado é o errado. Apesar de parecer bastante óbvia essa colocação, há de se convir que tem muita gente que, nesse aspecto, anda literalmente, “enfiando os pés pelas mãos”. Nada estranho em uma sociedade onde muitos valores, tidos até pouco tempo como rígidos e imutáveis, se mostram lamentavelmente invertidos. Mas é sempre importante ressaltarmos, em determinadas situações, a noção do que é certo e errado, é bem clara e inquestionável, já em outras tantas, isso varia de maneira considerável, a depender do contexto. Muitas vezes a necessidade é que dita as regras, e estar no caminho acertado ou errôneo, é uma questão de sobrevivência. Vejamos, sabemos que é errado comercializar produtos que não respeitam o direito autoral, a exemplo de CDs e DVDs piratas. Mas, é muito fácil perceber que tal prática mercantil é adotada por muitas pessoas. Ante a condição social delas, que encontram nessa atividade uma forma de sobrevivência, quem é que poderia afirmar que elas estão errados?  “Escolheram” essa atividade por falta de alternativa, por ausência de políticas públicas que visem os inserir “legalmente” no mercado de trabalho. Infelizmente, ou eles optam por essa atividade, ou mergulham em outras, digamos, mais perigosas, a exemplo de todo um leque de alternativas marginal. Tais pessoas, ambulantes, camelôs, vendedores informais, etc, podem até ser considerados contraventores, mas ninguém nunca os ofereceu escolha. Isso é fato.
               Mas, exceções não podem jamais comprometer a essência da regra. Mesmo com os casos citados, dentre outros tantos, cremos que as coisas erradas sempre serão erradas. Principalmente se o contexto em questão se referir às máquinas públicas administrativas. Nesse caso, não cabem interpretações distintas ante o que é certo e errado. O certo é agir, a fim de que ela funcione em pleno benefício ao povo. O certo é retribuir o voto de confiança dado pela maioria nas eleições, e fazer valer seus vencimentos, pago com os nossos impostos. O certo é trabalhar com o máximo de transparência possível. O certo é agir em total sintonia com os anseios da sociedade. Como afirmamos, nesse caso não há nenhuma possibilidade de meio termo. O certo é o certo e ponto final. Aliás, qualquer outra espécie de postura que não flerte profundamente com isso, deverá ser execrada e afastada para o mais longe possível. Pelo menos é o que insiste em nos afirmar o tal bom senso.
            Mas vejam como são as coisas, o erro, em especial no âmbito político (com raras exceções) de tanto ser praticado livremente, passou a ser convencionado. Ou seja, em alguns aspectos já é tido como uma postura acertada. E nisso, temos o desprazer de perceber que vivenciamos uma espécie de nova inquisição. Ou seja, caso alguém resolva questionar o “modus operandi”, nesse caso, não da religião em voga, e sim da política, está sujeito a sofrer severas represálias, com grandes chances de ter sua vida colocada em risco. Sem contar os inúmeros casos de assassinatos, onde as motivações se relacionavam justamente com isso. Ou seja, contestações ante a roubalheira desenfreada no meio político. Uma pergunta que não quer calar: Até quando seremos obrigados a, não só ficarmos calados perante os casos de corrupção, mas também acharmos que trata-se da mais perfeita normalidade. Pelo visto, entre o certo e o errado há um grande abismo. E, tentar transpassá-lo pode não ser uma boa ideia. Pelo menos é isso o que aqueles que se banham na fétida lama do erro querem nos convencer a todo custo.

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